Sem formação a condizer com a profissão em causa nem prática com outro paciente que não seja este que aqui vos escreve, não tem pretensões a resolver os problemas de ninguém. Tenta resolver com maior ou menor sucesso os do seu único paciente que, dada a relação existente, nada poderá reclamar.
Se no processo aquilo que aqui se escrever ajudar outros pobres infelizes ... que sorte!

A todos aqueles que se mostrarem descontentes quer com os resultados da consulta quer, e sobretudo, com a leitura, receita-se apenas o nobre colega Jorge Bucay que se não vos ajudar poderá pelo menos satisfazer o vosso gosto pela leitura durante mais tempo que eu.

sábado, 6 de julho de 2013

Voltei ...

Passava mais de um ano desde que aqui estivera pela última vez. Quebrar as trevas instaladas e voltar a contemplar o que estivera suspenso no tempo durante o que parecera uma eternidade era algo aterrador e, ainda assim, ansiava por este momento que agora se revelava reconfortante.
A escuridão cedia a sua posição dominante e a luz inundava agora todo o espaço deixando ver o que durante tanto tempo estiver oculto.
Nada perecia ter sido alterado e tudo estava imaculado, tal como eu deixara.
Como que assombrado pela longa ausência, um tom fantasmagórico parecia agora emanar deste lugar. Sorri ao compreender este fascinante brilho, fruto do reflexo da luz nas minúsculas partículas de pó que tudo cobrem. Aí pareciam ter sido colocadas propositadamente criando uma fina camada protetora que nada deixa tocar. Pura ilusão. Um simples toque desfaz esta inocente proteção e facilmente expõe aquilo que a mesma parece querer proteger.

Parei a observar e desfrutar o momento. Nem sei se contemplava o local ou se todos os bons momentos que ai passara.
Voltariam? Voltaria a ser igual? Voltei?
A verdade e que quem partiu não parecia ter regressado a este espaço.
Nesse momento todas a minhas dúvidas se transformavam em certeza. Algo mudara ali.
Eu!