Nas águas límpidas e cristalinas uma face triste olhava-me de volta. Não fora o semblante carregado e juraria que era a mesma rapariga que horas antes fora motivo de alegria para muitos. E no entanto, agora estava só e distante, inconsolável e sem alguém como ela para lhe trazer a alegria de volta. Como podia alguém capaz de contagiar tantos com um simples e singelo sorriso estar abandonada? Não podia ser! Alguém como ela não podia estar só. Não podia ficar abandonada merecendo certamente melhor destino.
Decidi-me por ficar junto a ela. Decidi que só sairia quando a sua felicidade voltasse. Seria a sua melhor companhia apagando-lhe da memória qualquer outra companhia que pudesse ser a causa do desvanecer de toda sua alegria. E ali ficámos durante largos momentos, sem que nenhuma conseguisse quebrar o olhar intenso dos nossos olhos.
Bem lá no fundo começou a formar-se um leve sorriso que lentamente veio emergindo até atingir a superfície da lagoa. Sorri como que contagiada. Aquela rapariga conseguira trazer de volta toda a minha alegria. Num salto levantei-me e comecei a caminhar de volta para a festa. A meio parei como que para me despedir, mas a rapariga já lá não estava. Abri um sorriso enorme e desatei a correr. Não queria conter o desejo de contagiar alguém.